Divulgando o Blog Rio+20 em Questão
A chamada ‘economia verde’, que será o tema central da Rio+20, é um projeto das elites globais que se apóia num discurso propagado tanto por indivíduos, quanto por Estados e grandes empresas (corporações), além de Instituições Financeiras Internacionais (IFIs), em especial o Banco Mundial. Seu objetivo é expandir o capitalismo e avançar na acumulação privada de capital a partir da mercantilização e privatização da natureza como um todo. É também uma estratégia de cobrir com uma suposta roupagem verde as mesmas práticas exploratórias e predatórias do sistema capitalista, buscando isentar os agentes do capital de suas responsabilidades históricas e atuais pelas crise que vivemos, além apresentá-los como portadores de soluções para o problema que eles mesmo criaram.
Não existe ainda um consenso sobre que medidas concretas integram a economia verde, mas está claro que aqueles a difundem são os mesmos atores que promoveram o neoliberalismo por toda parte. Trata-se de uma cruzada privatizante sobre territórios, trabalho, riquezas, recursos, bens materiais e imateriais a partir de mecanismos que colocam preço em tudo o que existe, desde o ar que respiramos até as ‘belas paisagens’ que, segundo o paradigma da economia verde, devem se inserir na lógica do mercado para serem “sustentáveis”. Essas novas mercadorias ou “serviços ambientais” passam a ser comercializados nos mercados financeiros, a partir de títulos como, por exemplo, os ‘créditos de carbono’. As (falsas) soluções meramente tecnológicas também fazem parte da economia verde, pois são mais uma forma de ignorar as causas estruturais dos dilemas atuais.
Em suma, trata-se de um paradigma conservador, altamente ideológico, que visa a manutenção das relações sociais e políticas capitalistas, assim como o aprofundamento das desigualdades econômicas e ambientais que constituem esse sistema de dominação e exploração desde seu surgimento.
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