segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Burro Morto - Entrevista e dois EPs



Eu Ovo: Como surgiu o Burro Morto? Como você se conheceram?

Haley: O burro morto era projeto paralelo de todos nós, até que todo mundo ficou sem banda principal e começamos a nos envolver de fato com essa proposta. Nós nos conhecemos através do estúdio e das noitadas. Além de fazermos parte da mesma confraria de malucos, junkies e boêmios da cidade, nós ensaiávamos, com projetos diferentes, no mesmo estúdio. Com o fim dessas bandas, e como nós já estávamos tirando um som juntos, resolvemos gravar essas jams e produzirmos o disco. A banda surge aí. Em agosto do ano passado lançamos o primeiro material, "Pousada Bar", que é o nome de um cabaré localizado bem próximo ao nosso estúdio. Esse disco é na verdade a semente do que estamos lançando agora, um ano depois, o "Varadouro". O Pousada Bar são algumas bases desse disco novo, são as músicas nuas e cruas, como vieram ao mundo. Ainda em clima de jam sessions. Já o "Varadouro", além das 4 músicas do primeiro EP regravadas, reeditadas e com a mixagem definitiva, conta com mais 3 músicas inéditas e inaugura a nossa formação atual.

EO: Quais são as influências de vocês?

H: A gente gosta da música da Africa, da Jamaica, do Brasil... O som do terceiro mundo é foda. Coisas como afrobeat, dub, reggae, funk e jazz etíope, por exemplo. Gostamos também de rock..n..roll, coisas antigas de rock progressivo e psicodélico, como King Crimson, Pink floyd, Santana. E tem umas coisas contemporâneas também, como The Mars Volta e umas bandas de afrobeat dos Estados Unidos, Antibalas, The Budos Band e Nomo. Do Brasil gostamos dos malucos dos anos 60/70, do som que foi feito nessa época no Nordeste, Novos Baianos, Zé Ramalho, Alceu Valença, Tom Zé, etc. Tem um grupo daqui chamado Jaguaribe Carne, que vai além da música. Eles são guerrilheiros culturais, trabalham com música livre e desde os anos 70 fazem o som mais vanguardista do mundo. Gostamos também da Nação Zumbi e dos projetos paralelos deles. São nossos vizinhos, enfrentaram a mesma babilônia que a gente enfrenta e hoje são a maior banda do Brasil no
segmento deles.

EO: De quem são as composições? Como é o processo de composição?

H: As composições são nossas e o processo de composição é bem natural. A gente vai tirando som e vai encaminhando isso numa direção, tipo tentando remeter à paisagens, situações, épocas, etc. No fim a gente lembra várias coisas que a gente gosta, mas sempre tentamos fazer uma coisa nova e diferente, porque isso é o que dá pé.

EO: O que vocês acham dessa onda de downloads pela internet? Você acha que prejudica os artistas?

H: A gente acha massa. Baixamos coisa pra caralho. Acho que pra quem tá trabalhando independentemente, como a gente, esse esquema só ajuda. Tudo que conseguimos até agora foi através da internet.

EO: Quais são os planos, do Burro Morto, para o futuro?

H: A gente quer tocar, queremos conhecer lugares que ainda não tocamos. Estamos na pilha mesmo de trabalhar. Temos dois festivais no Nordeste pra tocar e estamos tentando novas datas em São Paulo pro fim de outubro. Estamos ainda vendo também como vamos distribuir o disco, se vai rolar disco físico ou só mp3... Esses encaminhamentos de business e produção que ainda somos nós que tomamos conta. Nossa agenda pode ser acompanhada no www.myspace.com/burromorto.

Entrevista retirada do maravilhoso blog Eu Ovo







Pousada Bar EP

01 - Castelo de Pedra
02 - Nicksy Groove
03 - Menarca

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Varadouro EP

01 - Navalha Cega
02 - Indica

03 - Menarca
04 - Cabaret

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